quinta-feira, 1 de maio de 2008

Monitorização

Medida do débito cardíaco por termodiluição


O método de termodiluição é a técnica mais utilizada para a medida do débito cardíaco. Este método foi descrito pela primeira vez em 1954 por Fegler, mas foi utilizado na prática com o desenvolvimento do cateter de artéria pulmonar.
Neste método, o "indicador" é a solução resfriada. Uma quantidade conhecida da solução indicadora, que no caso é mais fria que o sangue, é injetada na via proximal do cateter de Swan Ganz.
A solução indicadora é introduzida rápida e continuamente em um bolus no átrio direito (via proximal). Este bolus passa pelo ventrículo direito e é injetado até a artéria pulmonar. A temperatura de base do paciente é estabelecida e apresentada pelo computador antes da injeção. Durante a medida, a temperatura do sangue misturado com a solução indicadora é identificada pelo sensor (termistor) localizado próximo a via distal e apresentada pelo computador.



Forma-se uma curva através do diferencial da temperatura, onde temos o tempo do sangue resfriado na horizontal e a temperatura na vertical. O volume do débito cardíaco é inversamente proporcional a área formada pela curva. O resultado do débito cardíaco é apresentado de forma digital na tela do monitor.

Para a realização desta técnica, é necessário seguirmos alguns passos na montagem do sistema de injeção e consequentemente, na realização da medida:


1° Passo:

Reuna o material:

- Solução salina (250ml ou 500ml)

- equipo/dânula

- seringa de 10 ml



Sistema para resfriar: se o ambiente for resfriado, a solução pode permanecer na temperatura do local. Caso não seja, a solução deve ser colocada em um recipiente para ser resfriada.





Cabo de conecção do débito cardíaco no monitor

- Termômetro entre a solução e o monitor

- Selecionar a constante no monitor de acordo com o cateter e temperatura utilizados




2° Passo:

Monte o sistema:

- A solução injetável deve estar conectada a um equipo todo preenchido. Na sua extremidade deve ser colocado a dânula e a seringa de 10 ml.

- Conecte o cabo no monitor e no cateter.

- Conecte o termômetro no monitor e na solução (o mais próximo do cateter).

- Verifique a constante no monitor e o exigido pelo cateter, o volume a ser njetado e a temperatura. Estes valores são preconizados pelo fabricante.



3° Passo:

Realizar a medida:

- Abra a dânula entre o injetável e a seringa

- Encha a seringa até a quantidade designada (5 ou 10ml)




-Verifique se não há ar na seringa e certifique novamente o volume na seringa (deve ser preciso)

- Para certificar que o cateter está locado, verifique a curva da PAP na via distal do cateter. O débito cardíaco só poderá ser medido se estiver no local correto



Monitorização

- Abra a dânula da seringa para o cateter de forma que a solução entre pelo cateter

- Apóie a seringa seguramente e injete rapidamente (até 4 segundos), de forma contínua

- Realize três medidas consecutivas, sendo utilizado a média destes valores, diminuindo as variações decorrentes de erros na forma de injetar.




- Observe no monitor depois de cada injeção.

- Observe a mudança na temperatura.

- Avalie as curvas do débito cardíaco, pois elas informarão a acurácia das medidas.



- Despreze as curvas que são irregulares.



Fatores que podem interferir na acurácia das medidas do débito cardíaco



Fatores fisiológicos:

- Refluxo da válvula tricúspide
- Defeitos no sépto

Fatores técnicos:

- Técnica de injeção incorreta
- Constante incorreta
- Mal funcionamento do sensor (termistor)